Neste artigo, compreenda por que o EPA puro é mais eficaz que o ômega-3 comum na redução de triglicerídeos e no suporte à saúde cardiovascular.
Durante a rotina clínica, é comum que pacientes assintomáticos revelem, em exames de rotina, alterações nos níveis lipídicos ou marcadores inflamatórios.
Esses achados revelam um padrão silencioso e crescente: a sobrecarga vascular causada por fatores como estresse crônico, inflamação persistente e alimentação inadequada.
Diante desse cenário, surgem questionamentos importantes na prática clínica: quando o colesterol representa um risco real? Qual o papel do ômega-3 na redução de triglicerídeos e no controle do colesterol LDL?
Colesterol: além da classificação simplista
O colesterol não é, por si só, patológico. Essencial para a fisiologia celular, produção hormonal e síntese de vitamina D, cerca de 70% é sintetizado endogenamente pelo fígado.
Por ser lipofílico, o colesterol necessita de lipoproteínas para seu transporte plasmático. É esse mecanismo que define seu potencial aterogênico, e não sua simples presença no sangue.
Colesterol bom versus colesterol ruim
Embora o colesterol seja essencial para a saúde, a divisão popular entre “bom” e “ruim” refere-se principalmente a dois tipos de lipoproteínas: LDL e HDL.
Colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade)
Frequentemente chamado de ‘colesterol ruim’, o colesterol LDL transporta colesterol do fígado para os tecidos periféricos.
Quando oxidado, o colesterol LDL pode favorecer processos inflamatórios e a formação de placas de aterosclerose, aumentando o risco cardiovascular.
Colesterol HDL (lipoproteína de alta densidade)
Conhecido como ‘colesterol bom’, o colesterol HDL realiza o transporte reverso, removendo colesterol dos tecidos e retornando ao fígado para excreção.
A ação do colesterol HDL ajuda a proteger as artérias e a reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
Contudo, essa classificação simplista, bom ou ruim, não é totalmente precisa.
Ômega-3 e saúde cardiovascular
O ômega-3 é amplamente prescrito como estratégia de suporte cardiovascular, especialmente no manejo de disfunções lipídicas. Muitas pessoas buscam entender para que serve o ômega-3 e os benefícios do ômega-3 para a saúde do coração.
No entanto, estudos recentes indicam que a suplementação com ômega-3 não é a escolha adequada para reduzir eventos cardiovasculares graves. Mais do que isso: o uso combinado pode mascarar ou inibir efeitos cardioprotetores.
Riscos ocultos do Ômega-3 para a saúde cardiovascular
Um estudo com mais de 400 mil adultos no Reino Unido mostrou que suplementos comuns de ômega-3 não oferecem benefícios significativos para a saúde cardiovascular. Além disso, pode aumentar o risco de:
- Fibrilação atrial;
- AVC isquêmico;
- Efeitos pró-arrítmicos em indivíduos sem histórico cardiovascular.
Tais achados reforçam a necessidade de criteriosidade na escolha da formulação de ômega-3 e na definição da população-alvo.
O DHA compromete a eficácia do EPA
O DHA, embora associado a benefícios gerais, não mostrou resultados favoráveis quando o foco é a proteção cardiovascular.
A presença de DHA em suplementos de ômega-3 reduz o impacto clínico positivo do EPA.
Estudos indicam que o DHA pode ser prejudicial à saúde cardiovascular em determinados contextos metabólicos. Principais malefícios incluem:
- O DHA pode elevar os níveis de LDL-C, aumentando o risco cardiovascular.
- A suplementação com DHA pode interferir nos efeitos anti-inflamatórios benéficos do EPA.
- Proporções de EPA/DHA ≤1 estão associadas à ausência de benefícios cardiovasculares.
- O excesso de DHA pode comprometer a estabilidade das placas ateroscleróticas.
EPA isolado e purificado: a conduta baseada em ciência
Estudos de alta qualidade demonstraram que o uso de EPA altamente purificado reduz significativamente o risco de eventos cardiovasculares maiores (MACE).
O EPA, na forma purificada e livre de DHA, representa um avanço relevante na abordagem da dislipidemia e da prevenção de eventos cardiovasculares.
Os efeitos do EPA puro vão além da redução de triglicerídeos, atuando diretamente na inflamação, na estabilidade da placa e na função endotelial.
Benefícios do EPA puro:
- Redução de triglicerídeos sem aumento do LDL-C;
- Redução do colesterol remanescente e não-HDL;
- Diminuição da atividade inflamatória por inibição da via da COX e LOX;
- Estabilização de membranas celulares e placas de aterosclerose;
- Redução de infartos, AVCs e hospitalizações por angina instável.
O EPA puro estabiliza placas de aterosclerose, reduz inflamação e modula lipídios, sendo uma ferramenta poderosa para prevenir doenças cardiovasculares.
Porque EPA é solução para triglicerídeos e colesterol alto:
Diante dos desafios das doenças cardiovasculares e das limitações da suplementação combinada de EPA e DHA, surge a necessidade de soluções terapêuticas mais eficazes e seguras.
A proteção cardiovascular exige uma abordagem focada na redução dos fatores de risco, como inflamação crônica e dislipidemia, de maneira precisa e segura.
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