Na prática clínica, é frequente atender mulheres que, mesmo após múltiplos tratamentos, continuam relatando desconfortos íntimos persistentes.
Sintomas como coceira vaginal, dor na relação sexual, corrimento vaginal, ardor, prurido e ressecamento indicam disfunção da mucosa e desequilíbrio do ecossistema vaginal.
Esses quadros tendem a recorrer, instaurando um ciclo frustrante de tratamentos paliativos e recidivas constantes. A recorrência exige ir além do tratamento sintomático, avaliando fatores que mantêm a disfunção vaginal e comprometem a saúde íntima feminina.
Tratamento para candidíase e vaginose: limitações clínicas
Infecções vaginais recorrentes, como candidíase e vaginose bacteriana, representam um desafio clínico frequente e complexo na prática ginecológica.
Apesar do arsenal terapêutico disponível, muitos casos persistem ou retornam após a conduta padrão, exigindo compreensão mais profunda dos mecanismos envolvidos:
- A eliminação do agente infeccioso é insuficiente para resolver o quadro;
- Alterações na flora vaginal comprometem o equilíbrio microbiológico;
- Resistência antimicrobiana reduz a eficácia dos tratamentos;
- Disfunções imunológicas locais dificultam a resolução das infecções.
Esses fatores sustentam a cronicidade e recorrência, evidenciando que os tratamentos convencionais frequentemente abordam apenas os sintomas, sem intervir nas causas fundamentais.
Prevalência e recorrência das infecções vaginais
As infecções vaginais representam um desafio clínico significativo devido à alta prevalência e recorrência:
- Prevalência global: infecções vaginais têm alta prevalência e impacto clínico significativo;
- Incidência da candidíase: candidíase vulvovaginal acomete cerca de 75% das mulheres ao longo da vida;
- Recorrência frequente: recorrência ocorre em 40% a 50% das pacientes com ≥3 episódios anuais;
- Sintomas persistentes: sintomas persistentes comprometem qualidade de vida e bem-estar psicossocial.
Esse impacto é ainda mais relevante em mulheres que apresentam atrofia vaginal, quadro que pode potencializar a dor na relação e agravar o ressecamento vaginal.
Essa condição reforça a necessidade de intervenções que combatam o patógeno, regenerem o tecido e restaurem o conforto da mucosa vaginal após múltiplos episódios.
Abordagem convencional e a persistência das infecções
O uso de antimicrobianos controla eficazmente as infecções agudas. Porém, o uso repetido desses agentes, sem a restauração da microbiota e da imunidade local, mantém o ciclo vicioso da recorrência.
Essa limitação terapêutica revela que o tratamento sintomático não é suficiente. O manejo tradicional foca na erradicação do patógeno, geralmente por antifúngicos ou antibióticos.
Contudo, a conduta terapêutica usual ignora fatores subjacentes que favorecem a recorrência, entre os quais se destacam:
- Disbiose vaginal: perda de lactobacilos e expansão de microrganismos patogênicos;
- Resistência antimicrobiana: seleção de cepas resistentes por uso recorrente de antimicrobianos;
- Alterações do pH vaginal: alcalinização promove patógenos; homeostase é protetora;
- Inflamação crônica da mucosa: dano à barreira epitelial, elevando suscetibilidade infecciosa;
- Deficiências na higiene íntima feminina: favorece a disbiose e recorrência infecciosa.
Por isso, intervenções que combinem equilíbrio microbiológico, regeneração tecidual e conforto íntimo são essenciais para uma abordagem mais efetiva e duradoura.
Infecções vaginais: a solução exige abordagem integral
Portanto, compreender o equilíbrio microbiano, a imunidade local e os fatores que promovem resistência terapêutica é essencial para aprimorar a prática clínica na saúde íntima feminina.
Esse entendimento amplia a visão terapêutica, orientando o profissional a reconhecer que tratar apenas sintomas não rompe o ciclo de recorrência das infecções vaginais.
Na Central Farma, fornecemos soluções especializadas e suporte técnico para otimizar o tratamento clínico das infecções íntimas.
Entre em contato conosco via WhatsApp e receba orientação especializada para escolher a melhor solução para cada caso clínico.
Referências bibliográficas
ARAÚJO, A. C. J. de; FREITAS, P. R.; ALMEIDA, R. S. de; LEITE, P. I. P.; FERREIRA, M. B. S. Avaliação da prevalência de candidíase vaginal em diferentes faixas etárias. Universidade Regional do Cariri – URCA; Centro Universitário Doutor Leão Sampaio – Unileão, 2025. DOI: 10.59788/resp.v1i2.21.
MACENA, M. V. da S. .; NASCIMENTO, P. M. R. .; MAYNARD, D. da C. Intestinal dysbiose and its correlations with repetition candidiasis. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 16, p. e424111638346, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i16.38346.
Superti F, De Seta F. Warding Off Recurrent Yeast and Bacterial Vaginal Infections: Lactoferrin and Lactobacilli. Microorganisms. 2020 Jan 17;8(1):130. doi: 10.3390/microorganisms8010130. PMID: 31963487; PMCID: PMC7023241.